quarta-feira, 23 de abril de 2008

No meu tempo.

No meu tempo não era assim.
Quando comecei estudar (lá se vai um século), era tudo tão diferente, antes de começar a aula tinha que passar pela conferência da diretora (Dna. Teté), verificação de todos, os quais deviam estar devidamente fardados, pois se não estivesse, era motivo para ela (diretora) ir saber o que estava acontecendo com os pais, após isso, em fila, todos rezavam e cantavam o hino nacional para novamente, em fila, ir para a sala de aula. Quando entrava na sala de aula, em silêncio, eu que tinha meus sete anos, idade necessária para cursar a primeira série, aprendi a ler e escrever rápido e sem tantos recursos como os de hoje. Recordo das vacinas (como tentei fugir das vacinas), recordo dos recreios animados e com várias brincadeiras, recordo da cantina onde Dna. Dora era a chefe e quando, em um ato fugitivo, saiamos da sala de aula, a chefe da cantina nos repreendia e nos conduzia de volta à sala de aula (na maior educação[risos]). Naquela época, era necessário atingir a média 7,0, para poder passar de ano, muitos amigos ficaram pelo caminho, muitos confesso, não estudavam tanto, outros, como eu, seguiram em frente. Não vou mentir, me diverti muito, fiz muitas amizades, não namorei tanto (que pena), respeitei todos os professores e deles cultivo muita amizade e admiração, só para ter idéia, toda vez que passo por Tadeu, meu professor de matemática, física e química, recordo daquele tempo baixo a vista e digo, em voz baixa, boa tarde professor! Confesso que apesar de ser um bom estudante (minhas notas comprovam isso), não me dediquei tanto, mesmo assim ainda desfruto daquele tempo, tenho um bom emprego e escrevo todos os dias esse blogger.

HOJE EM DIA? QUANTA DIFERENÇA?
Quando vejo o jovem de hoje tentando ser o Rebelde da Novela do SBT, se vestindo de um jeito nada bonito; Quando olho para os cadernos que eles vêm carregando com uma foto pornográfica na frente; Quando encontro com um casal deles esperando o carro chegar para lava-los para suas casas, aquilo parece tudo, menos namoro; Quando pergunto se um deles sabe assinar o nome e ele responde sim, mas quando vejo o que escreveu, aquilo não é letra, aquilo não é nome, aquilo é o retrato do jovem estudante de hoje; Quando vejo um professor ir a delegacia ou deixar de ensinar por conta de ameaças de um estudante que todos os dias vai assistir aula com uma faca, me pergunto:

Como nós buiquenses permitimos essas mudanças tão graves na nossa juventude?
O que fazer para reverter isso?

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4 comentários:

Júnior França disse...

Júnior.

Neilma, será que nós, professores ou não, não temos um pouco de culpa, será que não fazemos um pouco de corpo mole, será que não deixamos de dar atenção necessária?
E por que você acha que nós buiquenses somos isentos de culpa, vejo na tv histórias de cidades até menores que nosso município em que a educação dá certo.

Anônimo disse...
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Júnior França disse...

Também te amo minha noiva,mas tenho que entrar em conflito com vc, acho que tem muito professor, sei que não é o seu caso, que faz corpo mole sim, que por não ser satisfeito e realizado com sua vida profissional penaliza seus alunos com a pior de todas as penas.

"SER ANALFABETO PRO RESTO DA VIDA, PENSANDO ELE TER APRENDIDO ALGUMA COISA NA ESCOLA."

Ou estou errado?

Anônimo disse...

Não vou discutir com vc meu noivo, quero apenas ressaltar que não insentei nós "os buiquenses" de culpa, apenas disse que a culpa é do sistema, que independe apenas do nosso esforço de professores e funcionários de escola seja da rede pública ou particular. Beijinhos... Te amo!!! Isso não faz parte da crítica.